Edgar Hermógenes
A decisão que suspendeu temporariamente a tramitação do processo de impeachment na Câmara dos Deputados foi comentada por parlamentares no início da manhã desta quarta-feira (09). Os dois lados, oposição e base do governo, tentam ver a liminar concedida pelo ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), de forma positiva.
Para a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RS), a decisão do ministro foi acertada e é coerente com as conquistas da sociedade brasileira. “O que vimos ontem na Câmara foi vergonhoso. Voto secreto não existe mais. Isso é voto de cabresto, gente que tem vergonha de mostrar para população que está aceitando favores. Mas enquanto estivermos aqui, vamos lutar pra que isso não aconteça”, disse.
A base do governo perdeu a eleição para a chapa que comandará a comissão especial que analisará o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Durante a votação, alguns parlamentares governistas mais exaltados chegaram a quebrar algumas urnas e se trancar dentro das cabines de votação. O PCdoB chegou a ingressar com recurso no STF para cancelar o resultado, que confirmou vitória da oposição por 272 votos a 199.
O líder da Minoria na Câmara, deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), acredita que a decisão de Fachin não barra a eleição da chapa da oposição. “A atitude do presidente [Eduardo Cunha] está prevista no regulamento interno da Casa. Não temos medo. Só estamos refletindo aqui a vontade da população”, afirmou Araújo.
A instalação da comissão, de acordo com a decisão de Fachin, fica suspensa até a próxima quarta-feira (16), quando o plenário do Supremo julgará o pedido do PCdoB. O partido pede a anulação da decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de dar andamento ao processo de impeachment de Dilma.
fonte: www.anexo6.com.br