Correio Brasília

Retomada do crescimento do país exige ação rápida contra gastos

08/05/2016 10:18

As chances de que a presidente Dilma Rousseff termine esta semana despachando no terceiro andar do Palácio do Planalto são ínfimas. Estará lá o vice, Michel Temer, após a provável abertura do processo de impeachment pelo plenário do Senado Federal, na quarta-feira. Ele pretende trocar todos os ministros tão logo ocupe o cargo máximo da República, mas não conseguirá mudar o atual quadro econômico recessivo da noite para o dia, avisam especialistas.

O economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, qualifica o cenário da economia brasileira deixado por Dilma de “terra arrasada”, o que pode piorar se o processo do julgamento no Senado for demorado. Mas explica que, no eventual governo de Temer, o cenário é positivo. “Foram tantos erros acumulados que já será um bom começo não os repetir, sobretudo na área fiscal”. Ele reconhece que a retomada tende a ser lenta.

Especialistas concordam quanto ao tamanho das dificuldades. “Será uma situação parecida com a do início do Plano Real, quando os resultados fiscais eram ruins e havia muita coisa a ser resolvida”, avisa o economista-chefe da Rio Bravo Investimentos, Evandro Buccini.

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Confiança vem logo
A troca de governo trará, ao menos, melhora nas expectativas. “A retomada da confiança é rápida”, diz Buccini, que vê os índices voltando aos níveis anteriores à eleição de 2014 em breve. “Certamente haverá novo ânimo em comparação com a paralisia que se vê no país hoje”, nota João Augusto de Castro Neves, diretor para a América Latina da consultoria norte-americana Eurasia.

O otimismo do mercado está atrelado, em parte, à provável nomeação de Henrique Meirelles como ministro da Fazenda. O ex-presidente do Banco Central (BC) sinalizou a interlocutores que pretende ampliar a desvinculação de receitas e elegeu três prioridades do novo governo. A principal delas é a limitação dos gastos públicos. As demais são a simplificação do sistema tributário e a reforma da Previdência.

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